sábado, 24 de setembro de 2011

Doença dos Sapos




Raramente um sapo, transmite doença. Poucas espécies o fazem e seu sintomas são pouco evidentes. Em geral, os SAPOS curam!



Como os sapos possuem substâncias químicas na pele que os protegem contra bactérias e fungos, existe menos chance de adquirir uma doença quando os tocamos do que quando tocamos outros animais como cães ou gatos.




Veneno do sapo-cururu pode tratar leishmaniose e doença de Chagas Fábio de Castro - Agência Fapesp



Leishmaniose visceral no Brasil.



A leishmaniose visceral está avançando no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, houve um aumento de 61% entre 2001 e 2006, quando foram registrados 4.526 casos. A doença, para a qual não foi desenvolvido novo medicamento desde 1912, é fatal em mais de 90% dos casos sem tratamento.




Sapo com esteróides


A solução para o problema pode estar na secreção da pele do sapo-cururu (Rhinella jimi). Um estudo de bioprospecção realizado por um grupo de pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e do Instituto Butantan isolou, a partir do veneno do sapo, dois esteróides ativos capazes de destruir a leishmânia, o parasita causador da doença, sem causar danos às células de mamíferos. Uma das moléculas também mata o Trypanosoma cruzi, que causa a doença de Chagas.



O estudo foi coordenado por André Tempone, do Laboratório de Toxinologia Aplicada do Departamento de Parasitologia do Instituto Adolfo Lutz. Os resultados foram publicados na revista Toxicon.


"O foco do nosso laboratório são as doenças negligenciadas. O objetivo desse projeto era estudar os venenos de diversos anfíbios como ferramenta para a busca de novos fármacos. Depois de uma triagem feita com diversos animais, elegemos o sapo-cururu, já que ele mostrava aspectos interessantes para bioprospecção", disse Tempone à Agência FAPESP.


Veneno do sapo-cururu

Segundo ele, o laboratório do Adolfo Lutz prefere estudar metabólitos secundários como esteróides e alcalóides. "Essas moléculas são mais interessantes do ponto de vista farmacêutico, por serem menores e mais fáceis de sintetizar", explicou.


Depois de eleger o sapo-cururu, os pesquisadores se dedicaram a todas as etapas de isolamento das moléculas. "A glândula parotóide do sapo conta com uma quantidade imensa de veneno, que tem uma toxicidade imensa. Mas, com a purificação da molécula ativa, eliminamos a parte tóxica e testamos o elemento ativo no parasita", disse Tempone.


As duas moléculas isoladas foram a telocinobufagina e a helebrigenina.


Ambas se mostraram ativas contra a leishmânia. A segunda, também para o Trypanosoma cruzi. "Curiosamente, descobrimos na literatura que a telocinobufagina é produzida também pelo organismo humano. Não foi muito estudada, mas possivelmente tem funções no controle da pressão sangüínea", apontou.



Sapo da caatinga


A espécie de sapo estudada é típica da caatinga, uma região seca e inóspita para os anfíbios, cujo ciclo vital exige a presença de água. Essa característica contribui para a eficiência de seus mecanismos de adaptação. É possível que o animal use o veneno para se defender de predadores e também de microrganismos.


"Não sabemos ainda se o sapo usa esses esteróides para proteção, mas é possível que, como vivem em um lugar seco e têm pele muito sensível, eles sirvam para defender o animal de fungos e bactérias no chão", disse Tempone.

 Segundo ele, o projeto teve uma contribuição fundamental do pesquisador do Instituto Butantan Carlos Jared, que realizou coleta de anfíbios em todo o país, inclusive no pouco estudado bioma da caatinga.

Esteróides sintetizados pela dieta Jared levantou a hipótese de que os esteróides são possivelmente incorporados pelo sapo por meio da dieta.


"Essas moléculas já eram conhecidas em plantas da região, mas até agora não haviam sido observadas no sapo. Possivelmente elas são conseguidas pelo animal por meio de um inseto que ingeriu determinadas plantas", disse Tempone.


Ação benigna dos esteróides Apesar da toxicidade da secreção da pele do sapo, os pesquisadores observaram que os esteróides, além de não apresentarem toxicidade para a célula hospedeira da leishmânia, também não têm atividade de hemólise, que é o rompimento das células vermelhas do sangue.


"Tudo isso faz com que essas moléculas sejam modelos interessantes. Agora que identificamos sua estrutura química, vamos tentar sintetizá-las e testar novos desenhos com potencial para uma eficiência ainda maior. O passo seguinte será a aplicação de testes em animais", afirmou Tempone, cuja pesquisa teve apoio dos pesquisadores Daniel Pimenta, do Instituto Butantan e Patrícia Sartorelli, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


Transmissão da Leishmaniose


A doença é transmitida pela picada de flebotomíneos, hospedeiros do parasita leishmânia. O inseto se contamina ao sugar o sangue de mamíferos infectados e, ao picar um animal ou pessoa sadia, o flebótomo injeta secreção salivar com as leishmânias. A forma tegumentar da doença atinge as mucosas do corpo e causa lesões na pele, enquanto a leishmaniose visceral ataca o fígado humano e pode levar o indivíduo à morte.


Presente em todo o país, especialmente no litoral e na região Norte, a leishmaniose visceral avança a passos largos em território paulista, desde que o primeiro caso foi registrado, em 1985. "Em 2007, tivemos 256 casos e 21 óbitos. Até três meses atrás, haviam sido registrados 35 casos e dois óbitos no estado em 2008", destacou Tempone. De acordo com o cientista, não há no mercado medicamentos seguros para a forma fatal da doença, pois os utilizados são altamente tóxicos.

  

Medicamentos tóxicos


"Usamos até hoje o metal antimônio, cuja aplicação foi feita pela primeira vez em 1912. Os medicamentos são extremamente tóxicos. Para a doença de Chagas, só há um remédio, que tem 50% de eficácia se for administrado no início da doença. Mas o problema é que só se descobre a doença quando ela está avançada", afirmou.



Sapos usados em testes podem ter espalhado doença
   

Uma doença que ameaça a existência de anfíbios no mundo inteiro pode ter tido origem no uso de sapos em testes de gravidez, segundo cientistas. Essa teoria está em debate em uma conferência em Washington, onde os cientistas esperam fazer um plano para evitar a extinção de espécies de sapos, rãs e salamandras.


Nos anos 1930, sapos africanos que teriam contraído uma doença provocada por fungos foram exportados para uso em testes de gravidez de seres humanos. Isso teria levado à disseminação da doença conhecida em inglês como Chytridiomycosis, que é atualmente uma das grandes causas do declínio no número de anfíbios no mundo. Segundo a avaliação mais recente, quase um terço desse grupo de animais corre risco de extinção.


Injeção  

Um grupo de pesquisadores liderados pelo cientista australiano Rick Speare lançou a teoria de que, na África, sapos e o fungo Batrachochytrium dendrobatidis (que causa a doença) tinham co-existido por um longo período, durante o qual o animal teria desenvolvido resistência ao mal.


Nos anos 1930 e 1940, fêmeas vivas de sapos da espécie Xenopus laevis foram levadas da África para testes de gravidez na Europa, Austrália, parte da Ásia e América do Norte, onde a doença teria acabado se espalhando para outros anfíbios.


Nos testes, uma amostra da urina da mulher era injetada na pele do sapo, e se a mulher estivesse grávida, um hormônio presente em sua urina provocaria ovulação no sapo. Outros testes envolviam machos e rãs que produziam espermatozóides em resposta à presença de hormônio na urina.


A origem e transmissão do fungo são assuntos-chave no seminário que avalia que mais de 1,8 mil espécies de anfíbios estão ameaçados de extinção.


As causas do desaparecimento das espécies incluem a perda de habitat, devastação de florestas, mudança de clima e poluição, mas a infecção por fungo é considerada uma das principais.

  

BBC Brasil

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SAPO PODE TRANSMITIR SALMONELA?



Nos EUA, 48 pessoas foram infectadas.

Estudo indica que sapo anão africano é o responsável pelo surto no país. O sapo africano anão pode ser um agente transmissor da salmonela.


Crédito: Jennifer M


Primeiro foram as tartarugas e agora sobrou para os sapos. Segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, quem tem um sapo como pet, ou pretende dar o anfíbio de presente para as crianças, precisa ficar atento com o manuseio. É que estudos feitos com o sapo da espécie anão africano revelaram que o bichinho carrega uma quantidade significativa de germes que podem prejudicar a saúde do ser humano.



Os sapinhos estão sendo responsabilizados por um surto de salmonela, que deixou pelo menos 48 pessoas doentes, de acordo com informações da “Associated Press”.


Recentemente, o mesmo Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) havia informado que 107 pessoas foram diagnosticadas com o problema, após contato com tartarugas, também de aquário.


Agora, o CDC informa que foram notificados casos envolvendo sapos em 25 Estados, no período de junho a novembro deste ano. Além disso, mais de ¾ dos enfermos tem menos de 10 anos de idade, e a média é de 4 anos. Até o momento, nenhuma morte foi registrada.


Quando os funcionários da saúde foram investigar os relatórios, notaram que muitos dos pacientes haviam tocado em sapos. E a salmonela foi encontrada nos aquários que abrigavam essa espécie, de três residências em que as pessoas ficaram doentes.  


Em comunicado, o CDC informa que “estudos preliminares sugerem que contato com sapos, incluindo a água em que os animais viviam, e os sapos anões africanos podem ser a fonte das infecções”. A recomendação do órgão é que quem tem esse pet em casa ou pretende comprar, deve lavar as mãos com sabão e água, logo após tocar o anfíbio, o aquário, a água, ou qualquer outro objeto que tenha entrado em contato com o animal. E os adultos devem ajudar os pequenos a lavarem bem as mãos, já que a salmonela pode virar uma séria infecção em crianças com menos de cinco anos, ou com baixa imunidade.


O CDC ainda aconselha que famílias com crianças com menos de cinco anos, pensem duas vezes antes de comprar um anfíbio ou réptil para os filhos. E os animais também devem permanecer longe da cozinha, e nunca caminhar livremente pela casa.


A maioria dos doentes apresenta sintomas como febre, diarréia e cólicas no abdômen, de 12 a 72 horas após a infecção, e a doença dura de quatro a sete dias.








MAIS DE 70 DOENÇAS PODEM SER TRATADAS COM PELE DE SAPO



Bombina máxima (Sapo)



Uma pesquisa feita por cientistas da Escola de Farmácia de Queen University, em Belfast, na Irlanda do Norte, identificou duas proteínas em peles de anfíbios, como sapos e pererecas, que podem regular o crescimento de vasos sanguíneos. A descoberta pode levar à criação de novos tratamentos para mais de 70 doenças.



Uma das proteínas inibe o crescimento de vasos sanguíneos, podendo ser usada para matar tumores cancerígenos. O professor Chris Shaw, que lidera a pesquisa, explicou que a maioria desses tumores apenas pode crescer até um certo tamanho, até que precisarem de vasos sanguíneos que forneçam oxigênio e nutrientes. “Ao paralisarmos o crescimento dos vasos sanguíneos, o tumor terá menos chance de crescer e, eventualmente, vai morrer. Isto tem o potencial de transformar o câncer de doença terminal em condição crônica”, acrescentou.



A equipe de cientistas, que foi premiada pela pesquisa, também descobriu que o sapo Bombina maxima (Bombinatoridae) produz uma proteína que estimula o crescimento de vasos sanguíneos, e que pode ajudar pacientes com ferimentos e operações a se recuperarem mais rapidamente. “Isso tem o potencial para tratar uma série de doenças e problemas que precisam do reparo rápido dos vasos sanguíneos, como a cura de feridas, transplantes de órgãos, ulcerações diabéticas e danos causados por derrames ou problemas cardíacos”, afirmou Shaw.


Fonte: Correio do Estado


  

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Doenças Sapo

3 comentários:

  1. Gostei muito de saber mais sobre os sapos, ótima matéria, parabéns!

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  2. Amo ler sobre os sapos .Fico muito triste por ver como os humanos os matam com requinte de crueldade .A maioria pensa que o sapo caus cegueira e outras doenças terríveis não acreditam quando defendo encimando que sapos só trazem benefício .Gostaria que as pessoas tivessem mais reportagem defendendo os sapos

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